domingo, dezembro 23, 2012

Natal É Rudi (E Mais Qualquer Coisinha)



Natal é tradição. E a tradição de Natal é mais que um bolo-Rodolfo-Reis, é mais que uma árvore de Natal com embrulhos ao seu redor, é mais que as capas ridículas dos jornais desportivos. Tradição de Natal é Rudi.

Rudi, que por causa do seu belo penteado à tigela, ganhou a audição para novo vocalista dos Weezer, batendo Medane aos pontos. “Uma questão de atitude”, confidenciou-nos o management da banda. Portanto, a tradição é Rudi mas Rudi desafia a tradição. Já estou a ver “The Sweater Song” cantada em transmontano com sotaque balcânico e um clip cheio de alheiras.


Natal é Paixão. Natal é Hamori. Afinal o Natal é o quê?

O Natal é o que nós quisermos que seja, sempre quando quisermos que seja. Porém, a gente costuma dizer que primeiro vem o Paixão e só depois chega o Hamori. O Paixão é uma força assolapada que nos ataca de pitons em riste, pleno de rebaldaria e fogoso com os seus cabelos insubmissos que mais parecem uma hidra de sete cabeças. Já o Hamori chega de mansinho, instala-se subrepticiamente no nosso âmago, é discreto e lavadinho como se acabasse de sair do banho, mas não duvideis do seu forte pontapé. O Paixão passa bem sem o Hamori mas, não raras vezes, o Hamori começa após um tackle eficiente do Paixão. E por isso é que dissemos que primeiro vem o Paixão e só depois vem o Hamori. O que nem sempre é verdade, mesmo quando tudo nos leva a pensar o contrário.


Por exemplo, na situação acima, o carro nº1 conduzido pelo Paixão, um Peugeot 206 verde com aileron traseiro e luzinhas roxas a debruarem as suas partes baixas, avança maneiro pela estrada fora, com o stereo a debitar inanidades sonoras indiferente a tudo ao seu redor; está confiante que terá prioridade sobre o Hamori, a vetusta espécie de furgão branco com o nº2, que se aproxima vagarosamente do cruzamento pela sua esquerda. Contudo, há um ríspido sinal STOP que faz com que Paixão trave bruscamente, eventualmente com o auxílio do travão de mão, de modo a evitar as sempre lamentáveis colisões mortais entre Paixão e Hamori – verdadeiras visões doentias onde a amálgama de despojos deixa o espectador confuso sobre o que seria aquilo realmente, se Paixão ou Hamori, com resultados por vezes devastadores para a saúde mental dos próprios transeuntes. “Maldição!”, brama Paixão, enquanto o Hamori, tranquilamente, avança a sua inexorável marcha.

E se é João Catatau a validar esta situação, nós nada podemos argumentar.



Natal é magia. Só isso explica que Zeferino Boal esteja na calha para ganhar a votação que por ora se encontra no canto superior direito deste vosso humilde blogue. Será a primeira votação que Boal ganhará na sua vida, mesmo considerando as votações para delegado de turma e para administrador de condomínio. A boa estrela que guiou os Reis Magos está também a ajudar o nosso dedicado Zeferino a encontrar o seu caminho. O papa pode dizer adeus à vaca e ao burro no presépio, mas não pode fazer nada quanto à força mística de Zeferino. No Natal canta-se pela glória de Boal.

Um feliz e cromífluo Natal a todo o povo da bola.

1 comentário:

Ademir disse...

Bolo-Rodolfo-Reis está incompleto.
O correcto será bolo-de-merda-Rodolfo-Reis.

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