Natal é tradição. E a
tradição de Natal é mais que um bolo-Rodolfo-Reis, é mais que uma árvore de
Natal com embrulhos ao seu redor, é mais que as capas ridículas dos jornais
desportivos. Tradição de Natal é Rudi.
Rudi, que por causa do seu
belo penteado à tigela, ganhou a audição para novo vocalista dos Weezer,
batendo Medane aos pontos. “Uma questão de atitude”, confidenciou-nos o management
da banda. Portanto, a tradição é Rudi mas Rudi desafia a tradição. Já estou a
ver “The Sweater Song” cantada em transmontano com sotaque balcânico e um clip
cheio de alheiras.
Natal é Paixão. Natal é
Hamori. Afinal o Natal é o quê?
O Natal é o que nós
quisermos que seja, sempre quando quisermos que seja. Porém, a gente costuma
dizer que primeiro vem o Paixão e só depois chega o Hamori. O Paixão é uma
força assolapada que nos ataca de pitons em riste, pleno de rebaldaria e fogoso
com os seus cabelos insubmissos que mais parecem uma hidra de sete cabeças. Já
o Hamori chega de mansinho, instala-se subrepticiamente no nosso âmago, é
discreto e lavadinho como se acabasse de sair do banho, mas não duvideis do seu
forte pontapé. O Paixão passa bem sem o Hamori mas, não raras vezes, o Hamori
começa após um tackle eficiente do Paixão. E por isso é que dissemos que
primeiro vem o Paixão e só depois vem o Hamori. O que nem sempre é verdade,
mesmo quando tudo nos leva a pensar o contrário.
Por exemplo, na situação
acima, o carro nº1 conduzido pelo Paixão, um Peugeot 206 verde com aileron
traseiro e luzinhas roxas a debruarem as suas partes baixas, avança maneiro
pela estrada fora, com o stereo a debitar inanidades sonoras indiferente a tudo
ao seu redor; está confiante que terá prioridade sobre o Hamori, a vetusta espécie
de furgão branco com o nº2, que se aproxima vagarosamente do cruzamento pela
sua esquerda. Contudo, há um ríspido sinal STOP que faz com que Paixão trave
bruscamente, eventualmente com o auxílio do travão de mão, de modo a evitar as
sempre lamentáveis colisões mortais entre Paixão e Hamori – verdadeiras visões doentias
onde a amálgama de despojos deixa o espectador confuso sobre o que seria aquilo
realmente, se Paixão ou Hamori, com resultados por vezes devastadores para a
saúde mental dos próprios transeuntes. “Maldição!”, brama Paixão, enquanto o
Hamori, tranquilamente, avança a sua inexorável marcha.
E se é João Catatau a
validar esta situação, nós nada podemos argumentar.
Natal é magia. Só isso
explica que Zeferino Boal esteja na calha para ganhar a votação que por ora se
encontra no canto superior direito deste vosso humilde blogue. Será a primeira
votação que Boal ganhará na sua vida, mesmo considerando as votações para delegado
de turma e para administrador de condomínio. A boa estrela que guiou os Reis
Magos está também a ajudar o nosso dedicado Zeferino a encontrar o seu caminho.
O papa pode dizer adeus à vaca e ao burro no presépio, mas não pode fazer nada
quanto à força mística de Zeferino. No Natal canta-se pela glória de Boal.
Um feliz e cromífluo Natal
a todo o povo da bola.
1 comentário:
Bolo-Rodolfo-Reis está incompleto.
O correcto será bolo-de-merda-Rodolfo-Reis.
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